quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Entrevista com Flageladör | O Assalto da Motosserra é iminente

No começo deste século surgia o Flageladör. Vindo de uma leva de bandas cariocas que está fazendo, sim, história, como Farscape, Apokalyptic Raids, Grave Desecrator, etc... Capitaneada pelo maníaco Armando Exekutor, a banda logo ganhou fama no submundo, devido seu speed/Thrash Metal visceral cantado em português. Hoje, com quase 15 anos de estrada, e após diversas formações, o Flageladör está mais vivo que nunca. Confiram entrevista que fiz com Armando, que nos fala, dentre outros temas, do novo disco Assalto da Motosserra, turnês, saída do the Unhaligäst e novos projetos.

Erick MadDög, Armando Exekutor e Turko Basura



Por Jaime “Netão” Guimarães

1.  Saudações, Armando! O Flageladör está prestes a completar 15 anos de estrada. É um tempo bastante considerável. Que paralelo você poderia traçar sobre como era a cena no começo nos anos 2000 e como é hoje? Naquela época os “revivals old school” começaram a surgir, como você vê isso atualmente?

Armando: Saudações, Netão! Em primeiro lugar, obrigado pela força e pelo espaço cedido! Realmente é muito tempo, tendo em vista que a banda nunca chegou a parar de fato. Obviamente, nunca estivemos tão ativos na cena quanto hoje em dia, principalmente pela facilidade com que temos para marcar turnês, para mantermos contato diário com headbangers de todo o mundo através de ferramentas como a internet, etc. O paralelo que eu posso fazer entre o início da banda e a atualidade é justamente pela facilidade de acesso com a qual as pessoas conseguem manter um contato regular conosco, e vice-versa.


2. Como se configura a formação atual do grupo? O Flageladör já teve inúmeros músicos em seu line-up, e só você permanece desde o início. A atual composição está sendo satisfatória?

Armando: Sim, a banda já contou com grandes amigos nossos, como o Vinícius Hellpreacher (Apokalyptic Raids), o Thiago Caronte (Velho) e o Marcio Cativeiro (Grave Desecrator), para nomear alguns. A formação atual conta com o Erick MadDög (bateria, ex-Comando Nuclear) e Turko Basura (baixo, Cinza Austera), e estou plenamente satisfeito com a adaptação deles à banda. Antes de serem membros do Flagelador já eram grandes amigos meus, e isso é o mais importante para o nosso line-up.


3. A banda vem de duas recentes turnês nacionais. Passou por quase todos – ou todos – os estados brasileiros, e por onde se apresentou foi muito bem recebida pelos fãs. Como você avalia estes giros? Como foi cair tanto tempo na estrada só com o compromisso de tocar? E como vê o crescimento do público do Flageladör antes e depois das turnês?

Armando:
Foi uma das melhores experiências da minha vida, e a conclusão de que é isso o que farei pelo resto dela. A minha vida é o heavy metal, e a estrada é primordial para mim. Não chegamos a tocar em todos os estados, mas o nosso plano para o próximo ano é o de concluir essa missão. Ainda faltam os estados do Norte (só tocamos no Pará), o Centro-Oeste (só fomos à Brasília/DF) e o Rio Grande do Sul. Por onde passamos fomos super bem recebidos, só temos elogios aos headbangers nacionais, é sempre sensacional viajar para cidades novas. O crescimento do nosso público aconteceu de forma rápida, eu notei isso com a minha caixa de mensagens nos e-mails da banda, além da falta de merchandising atual, pois está difícil conseguir acompanhar a demanda.




4. Infelizmente, no underground não há uma estruturação que permita às bandas e seus músicos viverem só de Metal. Além do grande trabalho que se tem para ensaiar, gravar, lançar e distribuir material; é necessário encarar outros empregos para manter-se e pagar as contas. Como você enxerga isso? Acha que em um futuro – próximo ou distante – haverá a possibilidade de ganhar a vida tocando, sem “se vender” para quem quer que seja?

Armando: Realmente é a parte chata de todo o processo. Nós acabamos correndo em direção ao trabalho informal, mas a nossa meta é nos mantermos nesse ramo, com a disponibilidade para viajar sempre.  Essa pergunta é complicada para se responder, pois realmente é algo muito difícil. Nós escolhemos por isso, então significa uma vida “na conta”, guardando cada centavo ganho e redirecionando para a banda.


5. Você participou da criação do The Unhaligäst, gravou um EP e um full-lenght. Pouco antes do lançamento do debut sua saída do grupo foi anunciada. Por que deixou a banda? Essa “separação” ocorreu de forma amigável?

Armando:
Saí da banda após descobrir uma data de show no Rio de Janeiro que cairia bem na metade da turnê do Em Ruínas, na qual eu estaria viajando tocando baixo. Não fui informado sobre esse show e fiquei ciente dele pela boca dos outros. A amizade é a parte principal da relação dentro de uma banda, bem como o respeito. Uma vez que o respeito acabou, o tesão de tocar junto acaba também. Saí da banda, mesmo tendo criado o nome, o desenho utilizado na arte das camisetas, todas as músicas do EP, musica e letra de metade do álbum e letras da outra metade, porque todo o sentido havia acabado. O nome “The UnhaliGäst” não tem mais ligação alguma comigo. É só nome, só um corpo sem alma pra mim. Não tenho ao menos uma cópia do disco para ouvir em casa. Obviamente, ainda tenho muitas músicas guardadas dessa época, e pretendo lançar em breve um novo projeto, bem como regravar todas as minhas 11 músicas utilizadas nesse primeiro momento pela banda.

Formação do The Unhaligäst ainda com Armando


6. Recentemente, você criou a Vënëno Sönorö Records, que será um selo para que você lance, além de seus projetos, bandas de parceiros. Conte-nos sobre essa empreitada. Que tipo de investimento é necessário para se montar um selo/distro?

Armando:
Sim, esse era um plano antigo. A dificuldade principal de se montar um selo é capital, dinheiro. Eu juntei uma quantia inicial suficiente para poder trabalhar com as minhas bandas, investir nos lançamentos do Flagelador, principalmente. Logo assim que eu criei o selo, outras bandas de amigos enviaram propostas para participação em lançamentos, e já confirmei a Vënënö Sönörö nos próximos materiais do Thrashera e do Disturbia Cladis, ambas serão lançamentos de EP’s em 7”LP. Mantenham contato pois virá coisa boa em breve.




7. O Flagelador já prepara o lançamento de seu terceiro álbum de estúdio, Assalto da Motosserra. Como foi o processo de concepção deste material? Ele foi gravado com uma formação diferente da atual, correto? Quem, além da Vënëno Sönorö, lançará o disco, e em que formato?

Armando:
Esse material começou a ser gravado no ano passado, entre as duas turnês nacionais que fizemos. Conta com 7 músicas + a regravação de Vingança, faixa título da nossa segunda demo, lançada em 2003. A capa foi criada pelo grande Emerson Maia, artista já bem conhecido, de Salvador/BA. O álbum foi gravado por mim nos vocais/guitarras/baixo e Gabriel Cabral na bateria (também encarregado pela produção do disco). Ele sairá através dos selos Vënënö Sönörö Records, Obskure Chaos Distro e Metal Reunion Distro, em tiragem inicial de 1.000 CD’s. Em breve temos planos para a versão em LP dele.



8. Já há uma nova turnê esquematizada para a divulgação do novo disco? Quando acontecerá, e por onde passará? Já há convites para tocar fora do país? Quem sabe, América do Sul...?

Armando:
Sim, temos planos para outra tour Norte/Nordeste em maio, além de shows esporádicos pelos outros cantos do país. Os planos para a América do Sul existem, mas pretendemos fazer uma tour por lá apenas depois da divulgação do álbum aqui no Brasil.


9. O que seria o Enxöfre? Fale-nos sobre esse novo projeto. Quem participa dele?

Armando:
O Enxöfre é mais um dos meus projetos, e irei lançar algum material em breve pelo meu selo. Apesar de ter planos para tocar ao vivo, não tenho planos de estabilizar como uma banda fixa, com membros fixos. Minha ideia é a de chamar amigos para participarem eventualmente de gravações e shows, para que o Enxöfre tenha maior disponibilidade para viajar. No momento eu tenho quatro músicas gravadas, contando com a participação do Erick MadDög (bateria nas 4 musicas) e do Sauron, da banda Caverna (guitarra em uma música). A sonoridade é bem crua e remetendo à bandas como Darkthrone, Vulcano, Venom, e com letras em português.


10. Obrigado pelo tempo cedido. Fica o espaço para quaisquer considerações.

Armando: Mais uma vez, muito obrigado pelo apoio e pela força! Nos vemos na estrada!



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